Em um mundo de palavras, o diálogo se destaca como uma ferramenta poderosa para dar vida aos personagens e tecer a trama de uma história envolvente. Mas, como dominar essa arte e criar diálogos que transcendem a mera conversa fiada, capturando a atenção do leitor e impulsionando a narrativa? Trago para você 5 dicas para escrever um bom diálogo e melhorar ainda mais o seu projeto.
1. Todo diálogo deve servir a um propósito
Diálogos que não servem para nada, ou seja, que não têm um propósito dentro da história, normalmente são chatos e você deve pensar seriamente em cortá-los.
Os propósitos podem ser os mais variados:

O diálogo pode servir a mais de um propósito ao mesmo tempo.
2. Diálogo não é conversa
Bons diálogos dão a impressão de que são autênticos, mas não são. As conversas do dia a dia são cheias de amenidades sem propósito (lembra do item anterior?), pensamentos não finalizados, mudanças aleatórias de assunto.

Num diálogo, isso não acontece. Se acontecer, é porque foi pensado pelo escritor e a razão disso vai se revelar no decorrer da história.
Sabe quando você discute com alguém e, somente quando a conversa já acabou, uma resposta genial vem à mente? Pois é. Em um bom diálogo, as melhores respostas aparecem sem que o personagem precise desse tempo para pensar.
3. Use subtexto
A terceira das 5 dicas para escrever um bom diálogo é usar subtexto.
Subtexto, provavelmente, é o que existe de mais desafiador na criação de diálogos – uma técnica sutil e extremamente eficiente. É tudo aquilo que o personagem está dizendo, sem realmente dizer.
Exemplo: Victor perde o pai que ele amava muito. Uma colega se aproxima e pergunta como ele está se sentindo. “Tudo bem.”, ele responde.

Victor diz que está tudo bem, mas o que ele realmente está comunicando é “Não estou bem, mas não quero falar sobre isso.”
É quase um ‘show, don’t tell’ aplicado em diálogos.
4. Evite exposição em excesso
Um personagem não deve conversar com outro sobre algo que os dois já sabem. Muitos escritores recorrem a esse artifício para explicar parte da trama, mas não soa natural. Encontre outras abordagens durante a história.
Outra coisa que vale lembrar é que não é preciso usar os verbos dicendi (disse, falou, exclamou, etc.) o tempo todo. Só utilize esse tipo de expressão se ela realmente for necessária. Se não vai gerar dúvidas no leitor quanto a quem está dizendo aquela parte do diálogo, é bom refletir se não vale a pena cortar.
5. Leia sempre em voz alta
Se você busca escrever um bom diálogo, sempre – eu disse SEMPRE – leia o que você escreveu em voz alta.
É uma dica simples, mas muito eficaz.

Às vezes parece que tudo está muito bem, mas quando lemos em voz alta percebemos que não está soando natural.
Conclusão
A arte do diálogo revela a alma dos personagens e captura a mente do leitor. Ao dominar essa arte, o escritor transforma a leitura em uma experiência imersiva, onde cada frase ecoa com significado e cada palavra contribui para a construção de um universo literário inesquecível.
Lembre-se, o diálogo é uma ferramenta poderosa que permite ao autor:

Explore, experimente e aperfeiçoe seus diálogos. Permita que as palavras dancem em harmonia, criando melodias que encantam e inspiram seus leitores. Afinal, a arte do diálogo é a chave para dar vida à sua história e conquistar o coração do público.
Confira mais sobre o assunto no livro Como Escrever Diálogos, de Silvia Adela Kohan.
Quer mais dicas de escrita criativa? Confira aqui 12 Dicas de Escrita de Stephen King, o mestre do terror.
E você, o que considera essencial para um bom diálogo em uma obra literária? Compartilhe suas reflexões nos comentários e vamos juntos celebrar o poder das palavras!